Quest Narrada - New Ruler

Com as mãos entrelaçadas e de joelhos naquele gélido chão, eu encerrava a minha oração diária aos Sete. "Que os deuses estejam ao meu lado" Sussurrei em encerramento a minha oração e logo levantei-me do chao, ajeitando a longa capa negra que vestia por sobre minhas roupas reais: uma grande túnica sem mangas que cobria meu corpo até os calcanhares, com o brasão de minha casa bordado na altura do peito, amarrada por um resistente fio de cânhamo; por baixo da túnica um gibão de couro escuro reforçado como armadura e por baixo uma grande coifa de manga longa, uma bota com um pequeno salto e uma calça de cor verde musgo protegia-me do doloroso frio das enormes paredes geladas de Harrenhal. Um criado ajeitava os últimos detalhes de minha roupa, amarrando uma grande capa azul em meu pescoço, escondendo por completo minhas costas. Ajeitei a gloriosa coroa que um dia fora de meu pai e sai do aposento, acompanhado do meu gentil escudeiro e dos guardas reais que protegiam as portas do meu quarto.
A vida como rei demandava um certo cuidado diário, ainda mais um Rei como eu, com personalidade e odiado por criminosos. Sabia que aquele dia seria marcado por uma longa e desnecessária discussão sobre minhas novas maneiras de lidar com os criminosos e a falta de empatia para saques e estupros dos piratas. Para mim aquilo acabaria hoje de uma vez por todas, com todos os vassalos mais importantes a minha frente saberia bem em quem confiar e em quem depositar minha desconfiança... Um rebelde não teria uma ideia tão complexa e bem arquitetada de um simples pirata, e piratas não são e jamais foram facilmente influenciáveis, era precisa algo mais, um mártir ou uma liderança forte o suficiente... como um Harlaw ou Greyjoy? talvez...
Percorrendo o grande salão do castelo de Harrenhal, pude observar de longe alguns dos meus vassalos entediados com a espera, embora ainda faltassem alguns para chegarem. Cumprimentei-os todos com um forte aperto de mão e chamando-os pelos nomes. - Senhores. - disse antes de me sentar na grande cadeira do rei.
Não demorou até que o saudoso lorde Frey entrasse pela porta, ainda bebericava o meu doce vinho dornes quando o mesmo a passos lentos e pesados tomava o seu lugar na mesa. Era chegada a hora do começo da reunião, olhava bem a todos os homens ali presentes, com meu olhar severo e duro de sempre, tentava olhar de forma discreta o que escondiam em seus rostos duros e desconfiados.
- Meus senhores vassalos, saudações cordiais de seu rei Rymond. Acredito que a maioria de vocês sabem porquê estão aqui é os que não sabem vou relembra-los. Há semanas estabeleci uma investida aos rebeldes e novas sanções aos criminosos e é preciso saber qual dos senhores estão dispostos a honrarem o juramento que um dia fizeram para com o meu pai e posteriormente comigo. Toda força será necessária, os parasitas do meu reino deverão ser expulsos o quanto antes para que meu filho, que vocês tanto conhecem, possa voltar são e salvo para o seu lar, para o lado do seu pai... Antes de começar, levantem a mão próximo ao ombro aqueles que juram honrar o compromisso e que estiverem dispostos a cederem os melhores homens. - Ao terminar de falar olhei cada um deles nos olhos e dei uma longa pausa para encarar o rosto dos lordes piratas, algo neles me intrigava demais. Alguns diziam que eu estava ficando louco e paranóico, porém as minhas intuições dificilmente falhavam...

A espera fez-se notar nos olhos dos meus vassalos uma espécie de desconfiança, agonia e ansiedade. Estava nítido o descontentamento, ali eu soube quem eram meus aliados e os que não eram, precisava apenas de provas. Em minha sã consciência jamais poderia imaginar que, depois de tantos anos de lutas e glórias, o maior inimigo do meu reino estivesse debaixo do meu teto. - Aprecio a solicitude com que declararam fiéis a mim. - pigarreei, tomando um gole do vinho que estava sobre a taça. - Mas, pelos malditos deuses que acreditam… não me façam de bobo. - Encarei cada um dos lordes ao meu lado, com a mesma carranca inexpressiva de sempre. - Por anos fui um honrado cavaleiro, herdeiro de Harrenhal, cresci guerreiro e um militar aguerrido da linha de frente de meu falecido pai. Muitos de vocês me viram crescer, me viram lutar bravamente e tomar as dores dos meus irmãos, como um verdadeiro nascido do ferro… Não cheguei onde cheguei por simplesmente ser um nobre, conquistei pelo aço, por minhas ações como general de guerra! - Bati o punho esquerdo cerrado na grande mesa - Para uns malditos rebeldes matarem a minha esposa e o meu filho debaixo do meu teto e achar que tolerarei isso de bom grado? NUNCA! A decisão de deixar os velhos costumes e culturas de saquear, roubar e matar foi tomada em conjunto, para evitar que nosso reino sofresse represálias em um momento tão afortunado como esse. Rotas comerciais indo bem, as passagens e os impostos de quem quer ir de norte a sul atravessando nossas terras; boa colheita, ótima época para a pescaria… já não necessitamos mais de roubar e saquear. Como um nascido do ferro darei o sabor do ferro para aqueles que ousem testar a minha fé.
Ergui-me da grande cadeira, com a longa capa preta me seguindo a balançar. Olhei de relance para os meus guardas ao redor da mesa e os que tomavam conta das portas. - Crimes como estes não serão mais tolerados em meu reino, muito menos Lordes e guerreiros que simpatizam com este tipo de ação em suas terras. A partir de hoje declaro o banimento da prática de pirataria, o estupro e o saque desenfreado para com nossos reinos vizinhos. A sentença para este crime é a decapitação. Declaro que no meu reino não haverá mais nenhum culto ao Deus Afogado e farei valer o que disse antes no funeral de Leila: Aqueles aqui presentes que cultuam outra religião e desejam se converter à fé dos 7 serão muito bem-vindos e honrados, caso contrário a única saída por aquela porta será com o pescoço enrolado em uma corda. - Olhei todos os homens de cima, com meus olhos formigando de ódio. No peito a sensação eufórica de saber o que estava por vir…
-Alguma objeção?