[RP - Fechada] A little bird told me

Nymeria não imaginava que ao se tornar governante do reino de Dorne seria assombrada por um segredo que deveria ter ficado a portas fechadas. Os boatos acerca dos últimos dias de vida do seu falecido pai começavam a tomar proporções alarmantes entre os criados, que encorajados por uma criada um tanto suspeita, comentavam sobre as discussões e a discórdia impostas entre a princesa herdeira e príncipe governante. Afim de neutralizar essa possível e pequena ameaça a seu reinado, Nymeria passou um bom tempo refletindo sobre o que essa criada representava e chegou a conclusão de quem estava por trás daquela mulher, que ousava espalhar o caos dentro do palácio. Chamando um dos poucos guardas de que mais tinha confiança, ordenou que trouxessem a criada que mais tecia boatos preocupantes acerca da morte de seu pai e junto ao mesmo guarda traçou um plano audacioso para neutralizar a ameaça que ela havia se tornado.

Chamando a criada discretamente a noite, o guarda conduziu a mesma para fora do palácio até o porto onde os navios ficavam atracados, a mulher fora recebida pela própria princesa governante, que após muito refletir entendeu que a mulher não passava de uma mera espiã de Ymir e fato este que fora confirmado pela mesma ao perceber que havia sido descoberta. Nymeria sentenciou a mulher ao exílio em Essos e como última ação para que seu plano fosse realizado com perfeição, selou seus lábios aos da criada, aos do capitão do barco e de seus poucos marujos, em um beijo de despedida e após isso, mandou o guarda e o capitão do barco lacrarem a criada no porão da pequena embarcação. Quando o capitão ergueu as velas e o barco começou a ganhar velocidade, o guarda entregou a princesa o frasco com o antídoto para o veneno que ela passara nos lábios para envenenar a criada, o capitão e os marujos. Não poderiam haver testemunhas. Enquanto esperava o efeito do veneno começar, observou cautelosa que nem mesmo o capitão desconfiara das suas intenções com o beijo. Após alguns minutos, um sangramento começou a surgir em seu nariz e ela não demorou em tomar o antídoto, o guarda lhe entregou um lenço para que ela limpasse o sangue de sua face. A embarcação deslizou sobre as águas por mais algumas léguas e um sorriso satisfeito surgiu no rosto da princesa que ao ver com prazer o navio começar a seguir o curso sem direção em mar aberto, levando consigo a criada e sua ameaça.

— Certifique-se de que eles realmente morreram e comunique aos outros criados que ela atentou contra a minha vida, como todos sabem, a pena por traição é a morte, entretanto diga que demonstrei de misericórdia e a enviei para Essos, lá ela deveria ficar exilada para sempre, mas com um infeliz destino, o navio onde ela estava fora saqueado por piratas rebeldes e afundado em alto mar. – Nymeria ordenou ao guarda e retornou junto ao mesmo para o palácio, onde observou das sombras o guarda informar com perfeição a falsa morte da criada para os demais serviçais.


O sol se erguia imponente sobre Dorne naquela fatídica manhã. Nymeria andava em direção a Torre de Sol após enviar seu guarda de confiança em busca do informante acerca dos planos de Ymir. Os planos da noite passada haviam sido concluídos com sucesso e os criados haviam caído na história inventada pela princesa e ofereciam saúde e longa vida a ela enquanto a mesma passava pelos corredores do palácio. A barra de seu vestido arrastava-se pela areia quente das terras dornesas enquanto dois guardas faziam sua segurança e garantiam que ela tivesse um longa e discreta conversa.

A sombra do corpo do ex-herdeiro dos Yronwood surgia imponente no topo das escadarias e Nymeria não pode deixar de admirar a pontualidade do rapaz, tal como sua beleza, mas Nymeria não deixava levar por coisas banais, enquanto o assunto sobre o qual deveriam tratar fosse de extrema importância, o que ela queria fazer com o deserdado ficaria para depois.

— Archibald. – ela saudou o homem com um sorriso cortês, deixando em segredo seu sobrenome e conduziu seu corpo em direção a um sofá que ali havia, um dos criados serviu vinho a princesa e o rapaz e ao perceber que Andromeda adentrou o recinto por último, dispensou os criados e os três ficaram a sós.

Antes de Archibald se pronunciar ante a pergunta de sua irmã mais nova, Nymeria pigarreou atraindo a atenção de ambos.

— Perdoe-me por atrapalhá-lo, mas antes de prosseguirmos devo lhes contar sobre um episódio ocorrido ontem a noite. Havia uma espiã de Ymir dentro do palácio e ela estava começando a espalhar o caos entre os criados e entre os cidadãos de Dorne com boatos falsos acerca do meu reinado. Entretanto, a ameaça foi neutralizada com sucesso ontem a noite e o que quer que você venha dizer a partir de agora, Archibald, será levada com extrema importância, pois se tornaste meu principal informante. – ela os revelou e olhou para Andromeda. — E você minha irmã, será meus olhos e ouvidos dentro e fora desse castelo. – ela murmurou e deu um longo gole de vinho sinalizando para que Archibald pudesse prosseguir.