[Quest Narrada] Coração Despedaçado

Coração

Despedaçado

Um som doce e calmo era perceptível do corredor onde o homem se encontrava. Era sereno, cheio de dor, e ao mesmo tempo completamente diferente. Trazia uma calma que apenas a mulher que tocava o bandolim conseguia descrever com perfeição. Não importava se era uma Sem Rosto, ou que tinha deixado sua antiga vida para trás, a música sempre a acompanharia, o que acabava influenciando alguns dos outros homens que ali residiam. Ou pelo menos era assim que o assassino que entrou no quarto pensava. Sua expressão de raiva era visível, por mais que tivesse a decência de tentar esconder. Estava ali a contra gosto, isso era óbvio, mas ele possivelmente queria parecer ser sensato, sem sentimentos perante os Sem Rosto ainda mais antigos. Um pequeno sorriso apareceu mas feições de Noesy, que parou de tocar para dar-lhe atenção – O que quer, Sarky? Se está aqui deve ser algo muito importante

Alguns maus hábitos ainda residiam, não importava se a assassina era sem rosto a quase 20 anos. Sarcasmo, ironia e desprezo eram sentimentos que quase a impediam de fazer um bom trabalho, se não fosse por seu temor ao deus de Muitas Faces e sua falta de vontade de morrer – Temos um trabalho para você – o outro disse já lhe dando as costas. Noesy podia levar algumas coisas consigo, mas não era a única. Sarky, que era apenas um ano mais velho, continuava a ser o mesmo adolescente tolo que esperava que os outros o seguissem. Sem pressa, a mais nova se levantou, apoiando o bandolim na cama que estava estava sentada. Pegou uma adaga que deixava a mostra em um criado mudo, escondendo entre a manga esquerda das vestes vermelhas que usava, e então seguiu o homem. Todo cuidado era pouco quando se tratava do ambicioso Homem Sem Rosto que seguia.


Sarky explicou a situação com uma minuciosidade detalhes que deixava Noesy com certa inveja, não importava se eram inimigos não declarados. Quando terminou sua fala, cruzou os braços, encarando a mulher com seriedade – Não seja tola como o idiota que mandaram fazer o trabalho. Seja rápida, eficaz e volto logo. Se você for pega também, o que será da reputação dos Sem Rosto? – perguntou com verocidade, encarando a assassina com uma fúria contida – Você parece mais preocupado com meu bem estar do que a com a missão – ela alfinetou rindo – Mas não se preocupe, serei rápida e eficaz – repetiu as palavras dele, dando-lhe as costas, assim como o homem fazia. Caminhou até o maior cômodo da Casa do Preto e Branco, pegando o rosto de uma prostituta que já tinha usado algumas vezes em lugares distintos.

Quando finalmente a mulher virou para seguir e direção ao seu quarto, encontrou o outro parado na porta a encarando. Sem se intimidar pela presença dele, ela caminhou em sua direção pronta para atravessar a porta e iniciar sua pesquisa antes da matança se não fosse por uma mão que segurou seu braço. Noesy ergueu o olhar para Sarky, que não olhou para ela ao sussurrar: – Não morra – soltando-se do homem, ela continuou a caminhar até seus aposentos, colocando muito bem escondido em suas roupas venenos, antídotos e duas adagas. Colocou a máscara da prostituta, e com um sorriso lascivo no rosto, seguiu para fora da Casa, pronta para se encontrar com o comandante.