[Quest Narrada] Cavalo Dado Não se Olha os Dentes

Pedra do Dragão era um bom lugar, a brisa que o mar trazia constantemente era agradável, porém aquele lugar não parecia ser a casa dele, Rhaegar era um jovem ambicioso, queria tomar os céus chegar até o topo.

Passara a manhã toda desenhando, o dragão que sonhava um dia se tornar companheiro, nunca pensou em domar pois ele não é um objeto e sim um ser conscientes, Matalyx, o dragão mais selvagem da casa, era o sonho de Rhaegar.

Após alguns exercícios físicos e cuidados com seu corpo o jovem dragão estava com certo tédio o que fazia muitas vezes o mesmo cometer algumas "loucuras", como dizia seu pai.

Após a refeição voltou aos aposentos, não tinha uma grande diversidade de coisas para fazer naquele lugar, treinar, olhar os dragões com a face de uma criança, dormir, comer e dormir com alguma aia.

Quando o serviçal adentrou, primeiro veio a cabeça que algo ruim tivera acontecido, mas por sorte estava errado o que o deixou mais tranqüilo, levantou-se fitando na cor púrpura o serviçal que se mantinha em pé dentro do quarto.

—Espere eu estar apresentável, aceitarei com certeza o presente.

Disse Rhaegar, tirando as roupas de seda branca que usava, e colocando por baixo uma camisa e calça negra aliadas ao roupão vermelho com o símbolo da casa bordado em ouro, calçando botas também afinal iria ganhar um cavalo.


Passou as mãos sobre o cabelo, acomodando os mesmos para atrás, assentiu com a cabeça para o servo, esperando que ele tomasse a frente para seguir os seus passos até o mercante.

"Não é um Dragão, mas um cavalo é o início de tudo"

Pensava enquanto o mar se mostrava um pouco temperamental aquele dia, conseguia ver as ondas se chocando com a ilha,  dragões voavam pelo céu, como se estivessem felizes naquele dia, Rhaegar se sentia uma criança novamente, há tempos que não ganhara um presente tão diferente.▲

Caminhamos até o homem, era um pouco gordinho, porém mostrava boa aparência e também parecia ser bastante Rico, exibia uma grande quantia de jóias.

Franzi o cenho ouvindo ele falar e se apresentar, ele tinha um sotaque diferentes e também gesticulava bastante com as mãos, o que era de certa forma irritante, continuava a ouvir o que ele tinha para dizer pensando no que seria o tão comentado presente

—O prazer é todo meu, senhor

Fiz uma leve reverência, sorrindo ladino para ele, observando o mesmo tentar mostrar poder batendo palmas para trazerem o cavalo.

Era um corcel negro, os músculos eram aparentes, peito aberto, e parecia ser bastante resistente em seu lombo uma sela possuindo as cores e símbolo dos Targaryen, os estribos estavam visivelmente ajustados para minha altura.

—Magnus está ótimo, é um bom nome.

Peguei as rédeas, e fiquei parado por um momento, esperando que o cavalo sentisse meu cheiro, após isso achei que fosse mais válido caminhar em círculos, para ver se ele iria corcovear por causa da sela.

—Bom garoto, Magnus, não vamos nos enfrentar, certo?

Falei em tom calmo, passando a mão entre seus olhos, depois correndo ela por seu pescoço, peito, paleta e anca, o pelo era inigualavelmente bem cuidado, um cavalo puro-sangue que parecia ter nascido para ser um garanhão de respeito.

—Você parece ser um bom companheiro

Passei as rédeas pelo pescoço dele, as deixando na posição certa e segurei-as junto com as crinas, colocando o pé no estribo e tentando pular para cima da sela com somente um impulso.

Após em cima do cavalo, iria trotar em círculos e fazer alguns exercícios com as rédeas, para que ele se acostumasse com meu comando, e com a força que possuía em minhas mãos.

Como fora ensinado a mim, todo animal precisa se uma ligação com seu "domador", seja de personalidade ou até mesmo reconhecimento de força, queria um laço de companheirismo com ele, o que seria de grande valia, para quando fosse necessário.

Enquanto caminhava em círculos com o cavalo, notei que ele não tinha me rejeitado, porém seus instintos eram de sair correndo e ser livre.

Eu não tinha medo dele, muito menos de cair pois esse cavalo tinha o mesmo temperamento que eu e a calma para lidar com animais era extremamente necessária.

Ouvi o convite do homem enquanto ele tentava montar no cavalo dele, notei que talvez ele já tivesse tentado montar em Magnus por isso o cavalo era tão irritadiço.

—É claro, espere apenas um momento, esse cavalo parece não confiar muito em pessoas.

Parei de caminhar com o cavalo e notei que meus guardas me olhavam esperando uma queda, fitei os mesmos com um olhar que somente eu conseguia, eles sabem que eu não era o tipo de pessoa que eles podem zombar.

Comecei a assoviar para o cavalo, um assovio decadente, que começa em um som mais forte e acabava com um som calmo, queria prender a atenção dele somente a mim, assim formariamos um conjunto, se ele me analisasse talvez notaria que eu não lhe apresentava ameaça, pois era notavelmente um cavalo inteligentíssimo.

Sabia que todos os animais precisavam prestar atenção completa aos humanos para ganhar confiança, e também que sons diferentes e distintos faziam com que eles se fixassem a pessoa a qual emitia os mesmos.

—Bom, garoto, está nervoso não é mesmo? Não precisa, serei um bom companheiro.— disse em tom calmo, enquanto me postava ao lado dele.

Coloquei a ponta do pé no estribo, e segurei com a outra mão as rédeas junto com as crinas e sela iria subir com somente um impulso ou tentar não é mesmo? Do chão não passaria.

Após montar o cavalo e ele veaquear, me jogando para fora da sela caindo logo atrás dele, senti minhas costas arderem, porém não era um cavalo que iria se declarar vencedor assim tão fácil.


—Você é temperamental então, Magnus, eu gosto disso pois somos de certa forma parecidos.

Dei uma leve risada enquanto limpava minhas roupas, sabia que todos ali queriam dar risada, afinal cair de um cavalo sempre era engraçados não importa quem.

Me aproximei lentamente do cavalo e passei a mão no pescoço dele enquanto o mesmo bufava, queria mostrar que nunca seria agredido ou algo do tipo, não vindo de mim..

—Você pode me derrubar 10 vezes, porém não irei desistir meu amigo

Disse em tom calmo e sereno, não queria cometer o mesmo erro de antes e causar mais desconforto ao cavalo, o garanhão devia sentir muito extresse, só de viajar muito tempo dentro de um navio, possivelmente já era um grande problema.

Segurei as rédeas novamente junto das crinas dele e coloquei o pé no estribo, esperando mais uma queda, porém não sentia medo ou até mesmo insegurança pois sabia que aquele era o normal do cavalo.

Queria saber o que tinha em mim que fizesse o cavalo ficar tão aflito, seria o meu sangue de dragão? Seria o lugar? Seria qualquer coisa ao redor dele?

Após a outra queda, não fiquei irritado, porém a dúvida crescia em meu interior não sabia onde estava errando, caminhei até o cavalo novamente, só que dessa vez seria diferentes, soltei um pouco do bocal dele, fazendo que as correias não apertassem tanto o queixo.

—Não sou o tipo que busca a lealdade, eu apena dou a minha e espero o mesmo em troca.

Falava enquanto arruma a correia do freio do cavalo, caminhei até o seu lado novamente, enquanto minha mão corria em seu pescoço, "seja o que os deuses quiserem"

Coloquei o pé no estribo mais uma vez, esperando o meu contato com o solo mais uma vez, mas não era o tipo de homem que se abalava facilmente, cada fracasso era uma nova chance de vitória.

Com um impulso, tentei alçar a pena para montar no cavalo, me segurando firme esperando uma nova rejeição.

Ao ser rejeitado novamente pelo cavalo, algo me deixava intrigado, era divertido mas ao mesmo tempo irritante, aquele velho não parava de opinar, um pouco mais e eu iria dar ele como comida para os dragões.


--Não acho que seja a melhor alternativa, eu gosto da personalidade deste cavalo, se eu desistir, será somente uma demonstração de fraqueza, como achas que serei respeitado por um cavalo se eu apenas desistir porque ele está fazendo jogo duro?

Falei em tom sereno, porém com certa firmeza na voz, não quis soar agressivo muito menos fraco, ajustei o bocal mais uma vez, porém não apertei da mesma forma que estava anteriormente, Magnus se mostrou um cavalo o qual eu lutaria batalhas tranquilamente, sem medo do mesmo hesitar.

--Eu acho que a perseverança é a melhor das armas de qualquer um, não é mesmo, Magnus?

Tentei colocar o pé novamente no estribo para montar, porém sabia que as chances de ser rejeitado novamente eram altas, porém um Dragão nunca desiste de uma batalha.